Ainda se usa cheque?

Descubra se essa modalidade de pagamento ainda é utilizada no país e quais são as perspectivas

Quando o assunto envolve orçamento, planejamento e serviços financeiros é fundamental conhecer diferentes opções de formas de pagamento. O lançamento de novas modalidades como o PIX têm transformado o mercado e ampliado a possibilidade de acesso a serviços com mais rapidez.

Mas como ficam as modalidades de pagamento mais tradicionais, como por exemplo o cheque? Você sabia que algumas pessoas nem sabem o que são e como funcionam os cheques?

Evolução do cheque no Brasil

O cheque, assim como o dinheiro, é uma das formas de pagamento mais antigas do país. Segundo informações da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), o cheque é utilizado em nosso país desde 1845.

 

Na época de criação ele tinha outro nome: “cautela”. O termo “cheque” passou a ser utilizado apenas em 1893. A regulamentação a respeito da emissão e circulação desta “ordem de pagamento” só aconteceu em 1912.

 

Foi em 1921 que surgiu a câmara de compensação de cheques, localizada no Rio de Janeiro. Mais tarde, foi criado o Serviço de Compensação de Cheques (Compe). Desde então, o cheque ganhou espaço e se tornou popular entre os brasileiros.

 

Houve uma época em que as pessoas abriam uma conta-corrente e automaticamente recebiam do banco um talão de cheques. É parecido com o recebimento do cartão de débito nos dias de hoje.

Mas, afinal, o que é um cheque?

De acordo com a definição do Banco Central do Brasil, o cheque é “é uma ordem de pagamento à vista para aquele que o recebe, ou seja, representa o valor que deve ser pago no momento de apresentação ao banco.”

Portanto, é um documento que deve ser preenchido com o valor a ser pago, o nome de quem vai receber e a data de compensação. O cheque autoriza que o valor informado seja retirado da conta do emissor do cheque e entregue àquele que vai receber a quantia.

 

Durante muitos anos o cheque foi uma das modalidades de pagamento mais utilizadas — o seu auge foi na década de 1990. Em vez de andar com dinheiro nas carteiras as pessoas usam o talão de cheque para pagar compras, serviços e enviar dinheiro.

Principais características do cheque

O cheque é um título de crédito considerado uma ordem de pagamento à vista e tem sua previsão legal no artigo 784, I, do Código de Processo Civil Brasileiro.

 

Trata-se de um documento com modelo padronizado que deve conter a palavra “cheque”, uma ordem incondicional de realizar o pagamento da quantia determinada, o nome da instituição financeira que deve pagar, indicação do lugar em que foi emitido e do pagamento acompanhado de data e a assinatura do emitente.

Transformações no mercado

A partir dos anos 2000 começaram a surgir no mercado novas tecnologias de pagamentos e transferências bancárias. Uma delas foi a Transferência Eletrônica Disponível (TED), que permitia o envio de dinheiro ao destino sem a necessidade de emitir cheques.

 

Os cartões de crédito e débito também começaram a se expandir e cada vez mais as pessoas se afastaram dos cheques. Somado a isso, com o internet banking e a popularização dos smartphones, cada vez mais, outras formas de pagamento foram ganhando espaço.

 

Apesar de não ser mais uma opção tão popular, o cheque continua sendo uma opção de pagamento e instrumento de crédito utilizado por alguns clientes pessoas físicas e pequenas empresas.

 

Na pesquisa “Brasileiro e sua Relação com o Dinheiro” realizada em 2018 pelo Banco Central, verificou-se que apenas 7% dos consumidores ainda usavam cheques, boletos e crediários para realizar o pagamento das suas contas.

 

Com a recente criação do PIX, o surgimento de Fintechs e as transformações ocorridas no mercado de 2018 até hoje, acredita-se que esse percentual tenha se reduzido.

 

Não há pesquisas recentes com números atualizados do mercado, porém, estima-se uma queda da forma de pagamento, já que em muitos casos as pessoas usam o título de crédito como uma forma de caução.

 

Além disso, em locais e comunidades que existe menos acesso à tecnologia o uso de formas de pagamento mais “tradicionais” ainda é uma realidade.